terça-feira, 19 de outubro de 2010

ROBIN SCUT!!!!!!!!!


Durante toda a nossa infância, assistimos a inúmeros filmes e desenhos animados que nos mostravam o famoso Robin Hood, aquele que lutava contra a pobreza e exploração ao povo, aquele que roubava os ricos e dava aos pobres... Robin Hood, um fora da lei que vivia na Floresta de Sherwood, daí o seu cognome "dos Bosques", pois escondia-se entre as frondosas árvores que ninguém mais ousava ultrapassar, juntamente com os seus companheiros de luta, como João Pequeno, por exemplo... Robin Hood, um herói que nada mais queria do que dar aos pobres e tirar aos ricos, não ambicionando grandes bens para si a não ser disfrutar da liberdade!
Durante toda a nossa infância, víamos também nessa saga o Xerife, o homem mau que assustava aldeias e vilas, ameaçando pessoas, cobrando altos impostos em nome de um Reino em ruína... mas que mais não passava de um reino governado por homens ambiciosos que queriam era mais dinheiro e mais e mais...

Ora bem, perante tais lembranças, não pude deixar de pensar se não existiria nestes nossos tempos modernos, não um Robin Hood, pois as florestas já são escassas e as que ainda restam vivem em chamas constantes, mas sim um............. ROBIN SCUT!!!!! Pois é, julgo que nos falta nesta nossa era difícil um herói, melhor ainda, um grande herói, que nos retire deste roubo dissimulado que são as SCUT...

O que pensei é que antigamente eram bem mais corajosos do que nós. Primeiro existia um herói que lutava contra o terrível governo, usando uma simples espada e os seus companheiros, usando meios simples, mas eficazes... Existia também um homem que dava a cara e ia de vila em vila exigir o dinheiro dos impostos, não temendo as represálias do povo... um vilão que não temia nada, que enfrentava directamente o povo...
E agora, o que temos nós??? Vilões por todo o lado, mas que não se aproximam... vilões que vão directamente à nossa conta bancária buscar o dinheiro de que precisam e nem ameaças nos fazem, simplesmente colocam uns dispositivos manhosos nas estradas, muitas das vezes mal sinalizados, porque assim nós notamos menos no dia-a-dia, e sem nós darmos conta, a nossa conta vai sendo esvaziada suavemente...

Então eu pergunto: onde está um ROBIN SCUT, que dispare contra esses dispositivos implantados nas nossas auto-estradas (ou estradas designadas como tal, mas com pouca aparência de tal) e arranje uma tecnologia que nos faça ir directamente aos cofres do Estado recuperar o nosso dinheiro?????? Há voluntários?????

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Clubes de Vídeo


Eu ainda sou do tempo em que existiam clubes de vídeo… e isto ocorreu há cerca de UM ANO!!!!
Pois é, esta semana pensei num filme para apresentar aos meus formandos. Ok,ok, claro que eu poderia sacar esse filme e tudo seria simples… se eu soubesse fazê-lo!!! Claro que também estou a imaginar a cara de muitos que pensam: como é que ela não sabe sacar um filme pela net??? De facto. O certo é que nunca tentei sequer fazê-lo e julgo que isso não está nos meus horizontes a curto prazo. Já quando pretendo ter uma música, uso as novas tecnologias, mas o…………… msn. Sim, sim, o msn, pois abro a janela de um amigo e digo-lhe se ele me arranja determinada música. Esta é a minha forma simples e tecnológica de arranjar inúmeras músicas e tenho conseguido resolver essas minhas questões
Contudo, nesta semana queria então um filme e pensei em alugá-lo e até dar uma vista de olhos noutros filmes, para ter ideias para futuras sessões. E de repente, pergunto-me: mas onde existe um clube de vídeo???? Cheguei então à conclusão de que JÁ NÃO EXISTEM!!!!!!
O que é isto??? Que é feito daquele ritual de ir com os amigos ou o namorado procurar um filme e já agora comprar todas aquelas guloseimas que estavam no balcão mesmo para nos tentar, como pipocas, chocolates, chiclets… Que é feito daquele ritual de emprestarmos o nosso cartão do clube de vídeo a um amigo e ele nos deixar lá um calote??? Que é feito daquele ritual de nos esquecermos de entregar o vídeo no devido prazo???
Pois é, nada disso existe já… agora as pessoas ou vão ao cinema ou sacam os filmes na net, uma forma muito mais económica, mas não com tanta magia como antigamente. A toda a hora podemos ver um filme, enquanto que antigamente ansiávamos pela hora do nosso filme de eleição chegar ao clube de vídeo para o vermos…
Os meus sobrinhos já não poderão lembrar-se dos tempos dos clubes de vídeo… e eu penso… eu ainda sou desse tempo :-p

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Pedir desculpas!!!


Ontem estava em casa a ver televisão e a assistir a uma série que me tem interessado particularmente, isto porque tem apresentado momentos muito semelhantes aos vividos pela minha família há uns anos atrás. É nisto que os realizadores ganham, quando conseguem chegar desta forma ao espectador, ao ponto de cada um de nós olhar para esta ou aquela personagem e se rever nessa ou se rever simplesmente num momento e daí, vendo de fora, tudo fica mais claro e mais facilmente será compreendido.

Não sou uma fã de televisão e raramente a vejo, contudo, acho que a televisão tem este poder fantástico nas pessoas, o de nos vermos de outra perspectiva e até de aprendermos dessa forma, de nos levar a reflectir sobre determinada situação.

Ora ontem assisti a um diálogo interessante, para mim, pelo menos, onde alguém perguntava ao outro o porquê de nunca ter pedido desculpa a determinada pessoa, sabendo claramente que errara. E o outro respondeu que nunca o fizera nem nunca teria sido capaz de o fazer, porque durante todos aqueles anos não tomara consciência do que fizera de errado, sabia que errara em algo, mas não sabia concretamente em quê e também não conseguia alterar em nada o seu comportamento. Logo, de que adiantaria pedir desculpa e continuar a fazer o mesmo??? Só naquele momento e passados tantos anos, vira o ponto fulcral da questão e sabia que esse seu comportamento tinha de ser alterado e conseguia fazê-lo a partir de agora. Logo, só agora faria sentido pedir desculpa.

Achei interessante esta questão porque, na verdade, quantos de nós sabemos que magoamos esta ou aquela pessoa, que agimos mal numa situação, mas nem sempre somos capazes de pedir desculpa. Eu própria já hesitei muitas vezes. E a razão é simples, sabemos que erramos, assumimos aos outros que estivemos mal, mas… não pedimos desculpa ao outro… simplesmente porque ainda não tomamos consciência de que precisamos mudar, de que ainda não somos fortes o suficiente para não errar novamente nessa situação!!!

Ora, isto pode parecer-vos estranho e banal, mas para mim esclareceu-me muita coisa e já não espero um pedido de desculpa. Sei que só o farão pessoas esclarecidas com a vida e consigo próprias.
Aprendi então que ao pedirmos desculpa não nos estamos a rebaixar, não estamos a perder o orgulho e a sermos menores, muito pelo contrário, estamos a ser grandes, a ser melhores cada dia. Por isso mesmo, sei que agora vou ficar muito mais feliz e aliviada quando eu souber pedir desculpa, pois verei em mim uma mudança para melhor, uma tomada de consciência que me ajudará a crescer e a adquirir mais personalidade.

Por isso, desculpem se este texto vos aborreceu, mas eu tomei consciência de que o precisava escrever :-P Como dizia o outro: “Deita cá para fora!!!”

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O "outro"


O Estado contribui bastante para que a vida de professor contratado seja muito dinâmica e cheia de aprendizagens. Vejamos essa formação ao longo da vida:

Primeira aprendizagem - sabermos assumirmo-nos como "outros", ou seja, quando nos perguntam pela profissão, devemos dizer simplesmente "Outros", já que o Ministério da Educação nos intitula como tal. Sempre que preenchemos qualquer impresso, devemos colocar a nossa situação em "outros" e não em Professor x ou y.

Segunda aprendizagem - aumentarmos os nossos conhecimentos de Geografia. Ficamos a conhecer mil e uma terras e mil e uma estradas, já que muitas vezes nos podemos encontrar a leccionar um mês numa escola e outro mês noutra. Neste ano lectivo, vá lá, só estive emm duas escolas e conheci paisagens muito diferentes. Fiquei a conhecer uma terrinha à beira mar, no centro do nosso Portugal, e uma terrinha no meio do nada, no verde minho, rodeada de montes por todo o lado. Fiquei também a conhecer vários acessos, a ter um completo GPS na minha cabeça.

Terceira aprendizagem - como conseguir encher de pontos os cartões das bombas de gasolina em apenas um mês. Na verdade, é muito fácil fazermos imensas viagens e conhecermos todos os postos de gasolina que existem por esse país. Gastarmos grande parte do nosso dinheiro em gasolina que evapora à velocidade da luz, mas felicitemo-nos pois podemos juntar pontos nos cartões da Galp, Bp e tantos outros, que nos podem dar descontos como 0,05€ por cada litro. Fantástico!!!!!

Quarta aprendizagem - como conseguir trocar de casa em apenas dois dias. Os professores contratados ficam colocados de um dia para o outro numa nova escola e têm rapidamente de arranjar um lugar onde morar, nem que seja por um mês, se for distante das suas casas. O seu carro automaticamente passa a ser uma carrinha imaginária onde pode transportar tudo. Além disso, o professor terá de sustentar essas duas casas, mas dará graças ao Estado por lhe dar trabalho.

Quinta aprendizagem - Como desenvolver as suas competências sociais - o professor "outro" tem de conhecer a cada mês ou a cada momento novos colegas e novos alunos, tem de saber falar e integrar-se rapidamente para que aquele mês seja bem aproveitado. O certo é que o professor fica a conhecer pessoas em todos os cantos do país e há sempre alguém, numa escola,que conhece alguém que já conhecemos anteriormente :-p

Sexta aprendizagem - Como não desenvolver laços afectivos, isso só lhe trará dificuldades. O professor deve agir tipo robot, para não se envolver com a comunidade escolar, pois dali a uns dias já a terá de deixar e só irá sofrer se estiver demasiado apegado.

Sétima aprendizagem - Como dar aulas sem manuais e sem conhecer absolutamente nada dos alunos- o professor é lançado para as aulas, com novo horário e que se arranje, que prepare algumas "treta" para entreter e que procure conhecer os alunos. Isto desenvolve no professor a competência do "Salve-se quem puder" e desenvolverá assim as suas competências do desenrasque!!!

Se o professor conseguir realizar toda esta formação, superar todas estas aprendizagens, tornar-se-á um robot, tal como se quer, e um ente frio e insensível, que apenas obedece...

Ora, perante toda esta aprendizagem ao longo da vida, julgo que o Estado se esqueceu apenas de dois PORMENORES, isto é, de saber se o professor consegue realizar um bom trabalho num mês e se os alunos ganham com tudo isto e aprendem mais...

A nossa sorte é que o Professor "outro" (contratado) é uma pessoa sempre porreira, cheia de vontade de trabalhar, de socializar, de aprender e de melhorar, de contactar com a comunidade escolar e de fazer algo por estes nossos futuros adultos. Viva ao "outro"!!!!! :-D

quarta-feira, 21 de abril de 2010

"Amar... é complicado!"


Hoje fui ver um filme daqueles que vamos ver porque não há nada mais interessante no cinema e porque estamos um pouco cansados e precisamos, de facto, de algo que seja facilmente compreendido pelas nossas mentes. Contudo, apesar destes filmes ligeiros serem de fácil “digestão”, o certo é que cada vez mais nos levam a pensar na nossa vida e em tudo aquilo que sentimos, nas nossas experiências, no nosso amadurecimento. E talvez o façam porque actualmente vivemos tudo a mil à hora e não temos muito tempo para pensar em muitas questões, não reflectimos tanto, não paramos um pouco toda esta velocidade que é o mundo para nos recompormos e analisarmos bem os caminhos a seguir.
Na verdade, este filme julgo que nos leva a pensar que, ao longo das nossas vidas, todos nós vamos mudando com a nossa experiência de vida e que mudamos mais e crescemos mais com as dificuldades, porque são essas que mais puxam por nós, que mais exigem de nós, que mais nos fazem pensar …
Um dos grandes ensinamento deste filme é o Tempo, a importância do tempo nas nossas vidas. Ora, até aí vocês pensam: “Isso já nós sabemos, o tempo cura tudo!”. Exactamente! Porém, só pensamos que o tempo cura, que nos faz esquecer os nossos males e mudar a nossa vida. Não pensamos, contudo, que o tempo muitas vezes nos faz ver que afinal estávamos bem e que quisemos mudar por puro capricho e que o tempo pode jogar não a nosso favor, mas contra nós. Isto porque quando dizemos que precisamos de tempo, esquecemo-nos de que isso é uma necessidade nossa e não de todas as pessoas, esquecemo-nos de que esse tempo pode-nos fazer esclarecer a cabeça, mas pode virar o sentido da cabeça das outras pessoas.
Daí este filme não terminar da forma que todos pensariam, mas nos ensina que o tempo torna uns mais esclarecidos e outros mais… arrependidos.

Ah, já agora, o filme é “Amar… é complicado!”… dá para soltar umas gargalhadas e ainda para nos revermos em certas situações. Dá para ver alguns comportamentos bastante reais das mulheres e dos homens, dá para sentirmos que não somos só nós que fazemos ou pensamos aquilo, que cometemos aqueles erros, que agimos daquela maneira… e dá para nos divertirmos com isso ;-)

E se me perguntarem porque decidir falar especialmente deste filme... Hmmm... sei lá... acho que porque não tenho colocado nenhum post neste blogue... e porque... o tempo me tem feito muito bem ;-)

terça-feira, 30 de março de 2010

Meu aniversário!!!!



O essencial para uma boa entrada nos 30 é, de facto, uma óptima companhia e muito boa disposição! E como nada disso faltou nesta minha noite, aqui está um cheirinho do que vivemos... do que nos divertimos... das brincadeiras... e desses bons amigos que me acompanharam!!!!! ;-)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Jô Soares, define o que é ser "Professor"




O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".
É! O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele.

quinta-feira, 18 de março de 2010

OS VINTESSSSS... bye... bye...


Uma vez ouvi dizer que os "vintes" eram a idade do stress. Na altura concordei, mas de ânimo leve, sem pensar seriamente nesta questão. Contudo, nestes meus últimos dias de "vintage", tenho pensado nesta última década e analisado, talvez mais profundamente do que antes, tudo o que vivi e conclui que, de facto, os "vintes" não são uma idade fácil. Pertencem a uma década muito bonita, de várias descobertas, mas sempre com um stress subjacente, uma pressão constante.
Na verdade, é nos "vintes" que nós estamos na faculdade. É certo que é tempo de borga, tempo de faltar às aulas e pensar que podemos ficar a dormir até às tantas, de sair à noite, de nos perdermos em algumas desgraceiras, das queimas e tudo o mais,digamos que de algumas "responsabilidades desresponsabilizadas" :-p mas também é a época dos exames, daquela pressão de nos colocarmos a par da matéria (quando passamos um semestre sem ir às aulas) e de termos de depositar todo o nosso conhecimento em papel e em poucas horas...
É nos "vintes" também que terminamos a faculdade e então ingressamos no mundo do trabalho. Até aí seria positivo, o difícil mesmo é conseguir ingressar no mundo do trabalho. Entregar currículos, ir a entrevistas e ser seleccionado. Saber o que dizer, como vestir, o que fazer para impressionar apenas numa entrevista. Depois, receber ou não o telefonema a dizer se fomos seleccionados... e ou ficar triste e tentar novamente... ou ficar stressado porque lá vamos nós trabalhar.
É então nos "vintes" que começamos a trabalhar, mas com aquela pressão de sermos os mais novos e inexperientes e todos olharem para nós como "este não sabe nada,coitado,tem muito para aprender". Além da pressão dos outros, temos a nossa pressão, de nos preparmos com mais afinco, pois, o que é certo, é que ainda temos muito para aprender e que, na verdade, os outros até têm a sua razão.
Assim, é nos "vintes" que temos de estar constantemente a provar que somos bons, que apesar de novos, sabemos, somos dinâmicos, queremos crescer e ser os melhores.
É nos "vintes" que passamos (ou não) por algumas desilusões amorosas, que começamos e terminamos relações, que voltamos a começar e... a acabar :-p
É nos "vintes" que começamos a pensar que já deveríamos sair de casa... mas estamos tão bem lá... e ficamos mais um pouco, com a ideia apenas na cabeça...

Conclusão, nos "vintes" muita coisa acontece de facto e olhando para toda esta década atrás vejo como foi grande esse caminho...
E mesmo hoje, a menos de uma semana para sair desta década, os "vintes" ainda me aprontaram e resolveram dar o seu ar de despedida da pior forma, resolveram soltar o stress pela última vez... como se eu precisasse...
Dizem que os "trintas" é que é... que nos "trintas" tudo acalma, tudo se resolve (claro que aos trintões convém dizer tudo isto, se calhar é mais uma forma de consolo para eles do que para mim :-p)... vamos lá ver o que esta nova década me traz...

Contudo, apesar de todos os stresses dos "vintes", o certo é que é uma década fantástica, cheia de descobertas, de energia, de coragem para tudo, de mudanças e de novos ciclos, de quebras e de começos...e que já está a deixar SAUDADES!!!!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

SOL PRECISA-SE



Eu já tinha ouvido falar várias vezes de que os países do norte da Europa são bastante desenvolvidos.
Já tinha também ouvido dizer que o clima desses países era um pouco sombrio…
Ouvi também dizer que esse mesmo clima levava a vários suicídios de habitantes desses países… Ora, sendo países tão desenvolvidos, com um nível de vida tão superior ao nosso, é um desperdício essa gente se suicidar… Teríamos era nós mais motivos para o fazer… Será que é para a riqueza não ser distribuída por tantos???
Contudo, eu julgo que Portugal, como sempre gostou de imitar o estrangeiro, se virou para estes países e quis, neste ano de 2010, imitar também o seu clima. Ora, nós, que até então tivemos aqui um clima razoável, com algum sol e poucas calamidades, andamos a ver-nos assolados por ventos e tempestades, bolas de granizo e trovoadas, cheias e mais sei lá o quê…
Este foi um dos temas de conversa das nossas interessantes tertúlias de sexta-feira, sempre acompanhadas de um vinho de qualidade e intervenientes cultos e inteligentes, prontos a debater as mais interessantes questões da actualidade :-p
Após um interessante debate, deixamos no ar a questão: será que, já que estamos com um clima sempre nublado, a taxa de suicídio vai aumentar em Portugal? E aumentando esta, havendo menos habitantes, conseguiremos sair da crise, pois há menos pessoas para sustentar??? Ficaram estas perguntas no ar, na expectativa do que aí vem…
O certo mesmo é que Portugal nunca conseguiu imitar verdadeiramente nenhum país. Logo, julgo que só vamos conseguir ficar pelo mau clima e o resto manter-se-á igual.
Conclusão, mais vale que o Sol volte, porque ao menos estamos pobres mas felizes e morenos, com a serotonina suficiente para enfrentar o dia-a-dia.
Vejam os brasileiros… Haverá povo mais pobre e feliz????

Por isso, deixo aqui um pedido urgente: SOL PRECISA-SE!!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Os mitos...e o tempo...


Os Gregos da Antiguidade Clássica sempre me fascinaram por toda a sua inteligência e por, com tão poucos recursos, conseguirem realizar tantas descobertas, conseguirem criar tantas obras fantásticas, tantos edifícios... Eram, de facto, um povo muito sábio.
Recentemente, resolvi investigar um pouco mais sobre a mitologia deste grande povo. Já conhecia várias histórias e já me tinham conseguido cativar a atenção, mas fiquei ainda mais fascinada por descobrir que os gregos eram também grandes contadores de histórias, assim como iniciaram um pouco a psicologia, pela forma como tentaram desvendar o comportamento humano. Entre tantos outros mitos que eles criaram para explicar os comportamentos humanos e dar ensinamentos ao Homem, hoje apetece-me falar aqui de um: o mito de Saturno ou Cronos.
Saturno ou Cronos era o deus do tempo, daí o termo "cronologia" (nada aparece por acaso). Saturno era filho de Geia, a Terra, e Urano, o Céu, os primeiros deuses da mitologia grega. Contudo, o seu pai tinha uma obsessão pela criação e, por isso mesmo, todas as noites fecundava a sua esposa, para criar filhos e mais filhos. Ora essa, como podem prever, não gostava de tal ideia, pois além do cansaço, queria também gozar um pouco a sua maternidade e nem tinha tempo para tal, não conseguia cuidar correctamente dos seus filhos. Além disso, os seus filhos começaram a ser entes feios, tão feios que o seu pai até os recusava e prendia em diversas partes do universo, para nunca mais os ver, mas, mesmo assim, continua a fecundar sempre a sua mulher.
Perante tal situação, Geia pediu ajuda a um dos seus filhos, Saturno, que era o deus do Tempo. Assim, Saturno, numa das noites em que o seu pai se dirigia para a sua mãe para fecundá-la de novo, cortou-lhe os testículos (estou a imaginar a cara impressionada dos homens que estão a ler agora este texto :-p). Com o sangue que saiu dos testículos de Urano, Geia ainda foi fecundada mais uma vez, mas foi a última. Urano morreu e Geia ficou livre e Saturno passou a ser o deus dos deuses!
Ora, com tudo isto pensam vocês o que queriam os gregos nos ensinar... Pois bem, o que eles nos ensinam com este mito é que o Tempo é muito importante para qualquer criação, é necessário darmos tempos às coisas para que elas se desenvolvam, dar tempo ao tempo, como se costuma dizer. E quando falamos em criações falamos em tudo nas nossas vidas, falamos em criar uma relação com alguém ou criar uma vida nova depois de terminarmos uma relação, precisamos de tempo para ambas, para nos adaptarmos às situações e fazermos florescer algo novo... quando falamos em criações, falamos em trabalho, dar tempo para exercermos as nossas funções... falamos em criar uma amizade, criar uma dieta, criar uma festa... criar uma personalidade....criar...

Portanto, este povo tão distante de nós, criou, com tempo, histórias fantásticas e irreais, mas nas quais acreditavam piamente, como forma de interpretar a mente humano e os comportamentos de cada um de nós. Por isso, pensemos que para tudo é preciso tempo, é preciso amadurecer...

P.S. - Claro que este Saturno não foi tão bonzinho na mitologia quanto nos é aqui apresentado, mas noutro dia vos contarei a sua história...com tempo...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"As brutas feras e os peitos humanos"



Nas duas últimas semanas, temos assistido a cenas incríveis de sofrimento no Haiti, com tudo destruído, como se de um puzzle se tratasse, só que um puzzle com inúmeras peças que talvez nunca venham a encontrar a sua correspondente. Um puzzle difícil de reconstruir, quer em termos materiais como pessoais e essencialmente sentimentais. Vidas danificadas para sempre, pois os entes queridos já não mais voltarão e as lembranças dos momentos terríveis ir-se-ão manter para sempre.
Porém, apesar de ter vindo a assistir a toda essa destruição (o que, confesso, me causou um sentimento de impotência bastante grande e diferente de outras tragédias a que já assisti), o que mais me aterrorizou foi o factor animal que aí se destacou e que me levou a pensar que, de facto, o homem muito evoluiu, muitos prédios e tecnologias construiu, muita psicologia e sociologia estudou, muita inteligência desenvolveu, mas em situação de desespero tudo se esquece e tornamo-nos iguais às agressivas feras da natureza. É impressionante como em situação de crise o homem age como se fosse um mero animal, a lutar pelo seu alimento, a maltratar e a lutar com o outro por um grão de arroz. E se me assusto com tais comportamentos no Haiti, assusto-me mais por pensar que isto é comum a todos os homens e mulheres que por aí andam, que talvez sejam capazes das coisas mais escabrosas numa situação de sobrevivência. Não condeno esta luta, apenas me impressiono...
O que condeno, sim, é o aproveitamento daqueles que maltratam pela mera violência e que tentam subir na vida à custa da pobreza que lá se vive, que raptam as crianças e as condenam a vidas de sofrimento.
Tudo isto me levou, de facto, a questionar então qual é o nosso papel no mundo. Seremos nós a raça civilizada? Seremos nós uma raça superior aos leões, águias e outros predadores? Nós talvez sejamos os maiores predadores, pois até aos nossos humilhamos, maltratamos e ferimos...
Já o nosso Camões o dizia, nas palavras de Inês de Castro, que preferia estar entre as feras da natureza do que entre os homens:

"Se já nas brutas feras, cuja mente
Natura fez cruel de nascimento,
E nas aves agrestes, que somente
Nas aves de rapina tem o intento,
Com pequenas crianças viu a gente
Terem tão piadoso sentimento
Como co'a mãe de Nino já mostraram,
E c'os irmãos que Roma edificaram.

(...)
"Põe-me onde se use toda a feridade,
Entre leões e tigres, e verei
Se neles achar posso piedade
Que entre peitos humanos não achei."

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Venha aí um grande 2010


Pois é, mais uma vez, a receita para uma passagem de ano é mesmo reunir um grupo de alguns grupos desconhecidos e mudar de cidade. Mistura-se bem, juntam-se umas margaritas, tequillas e uma boa coluna e é diversão na certa!!!
Desta vez, julgo que conseguimos ultrapassar qualquer marca do guiness, pois conseguimos reunir cerca de 40 pessoas. Posso mesmo dizer que invadimos a Figueira da Foz, onde se viram mais poveiros e vileiros do que propriamente cidadãos da terra…
Para melhorar um pouco mais a passagem de mais um ano, há que ter outro truque: invadir uma pensão no centro da cidade para podermos controlar tudo e, atenção, é fundamental levarmos sempre connosco um organizador de eventos. Recomendo vivamente o nosso mordomo de eleição (posso fornecer contacto telefónico :-D), pois até se digna a ficar horas e horas a ligar a luz que a Super Tia, com os seus super poderes fabulosos, deitava abaixo de minuto a minuto, com um super poderoso secador de cabelo. Isso sim, é serviço de qualidade.
Para uma boa passagem de ano recomenda-se também uma limpeza no final da noite às ruas da terra, não vá haver algum rasto mais matreiro.
Depois não poderiam faltar contos e ditos, trocas e baldrocas, discussões e conciliações, novos conhecimentos, pessoas que se descobrem, risos que se espalham e até pessoas que “malham”, roncos que se ouvem, “esgómitos” que disparam, recordações que finalmente voam e novas memórias que ecoam…
Com tudo isto, só poderá vir aí um grande 2010… espero é não perder a boleia :-p


FELIZ ANO NOVO!!!!!!!!!!!!!!!!